quarta-feira, 8 de abril de 2009

Simetria

Enquanto alguns lutam incansavelmente
para se manter em perfeita simetria.
Vamos nós trôpegos, a sorrir pelas linhas tortas
Sem preocupação de estar certo ou errado
Pouco importam as linhas, a distancia a simetria

Danem-se as conveniências
Não queremos dormir sozinhos
Já não relutamos em aceitar o fato
De que somos a única pessoa com quem podemos contar

De que valem nomes, telefones, endereços
O que faz, com quem anda
Há tempos aceitamos que dedicar o amor de forma incondicional
E esmagar alguém com todas as expectativas
É desumano

Amar um só ser
É perda de tempo
E que não existem príncipes encantados
Nem conto de fadas

Isso não quer dizer que nós não amamos
Amamos sim
Amamos muito
Amamos muitos
Não restringimos o amor
Não tememos dizer
Te amo

Porto Alegre - 16/07/2008

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Carta para Annie II

A luta para apagar-te continua sem sucesso. Tenho passado dias tempestuosos. Você está em mim como um vírus por mais que eu lute para imunizar-te não consigo. A cada defesa que crio você muta e continua a se espalhar cada vez com mais força.

Faz alguns dias que lhe mandei a primeira carta e até agora não tive resposta alguma. Não sei ao certo se recebeu, mas essa incerteza corrói a minha alma e amplifica a minha angústia. Não há nada mais terrível para um coração apaixonado do que a dúvida, pois essa o torna fraco e faz com que tenhamos que decidir por algo sem ter a menor idéia do que seja.

O que sentes ao ler essas linhas? Como gostaria de ter essa resposta.

Porque, como já solicitado anteriormente, não demonstra o que sentes. Não tem problema algum se vai dizimar essa esperança de tê-la outra vez em meus braços. Eu não consigo mais fazer isso sozinho e o tempo que poderia ser meu maior aliado, ele parece ter tomado partido contra. Por vezes parece que tudo está conspirando para que eu não a esqueça. Você, que nunca está totalmente ausente na minha mente, parece estar em todos os lugares, no corte de cabelo da moça que passa por min na rua, no comentário de um amigo, nas músicas que tocam, nos filmes que vejo. Tudo me traz um pequeno detalhe que inevitavelmente se transforma em você.

É desesperador enfrentar uma situação como essa. Descobri que não há inimigo maior para um homem do seu próprio coração. O meu por diversas vezes já tinha me perturbado com pequenas insubordinações, mas não necessitei de muito esforço para controlá-las. Agora, de forma vil começou a provocar pequenas crises que a muito custo tentava controlar, mas elas se tornaram cada vez mais constantes e intensas e finalmente ele tomou o poder. É desumana essa situação, não tenho armas e argumentos para dissuadí-lo dessa empreitada que pela ótica da razão soa infrutífera. Ele sabe muito bem dos danos que poderá nos causar com essa guerra, no entanto declarou abertamente que não vai, de forma alguma, deixar que eu desista de você.

Estou cansado dessa luta resolvi não fazer mais objeções, está aberta oficialmente a época do amor improvável e assim como meu coração também não vou desistir de você facilmente.

Como entender?

Domingo à tarde, toca o telefone.
- Alo!
- Oi minha amiga.
- Oi!!!
- Estou carente, preciso de um colo.
- Fala!
- Preferiria se estivéssemos próximos, para poder deitar no teu colo.
- Porque não vem para a minha casa?
- Não sei
- Por quê??
- Tenho medo de você me assediar, eu deitado no teu colo indefeso. (riso)
- Mais fácil você me assediar (riso)
- Mas você acha que rola?
- Rola o que??
- Sei lá.
- Fala!!
- Não sei, talvez um beijo.
- Por que a pergunta??
- Para saber.
- Acho que não, afinal a gente é amigo. Poderia estragar a amizade.
- Você acha?
- Sim, você não?
- Acho que não.
- Então, você vem ou não vem?
- Ainda não sei.
- Você tem vontade de ficar comigo?
- Por quê?
- Para saber.
- Ficaria.
- Por quê??
- Você tem um rosto bonitinho. (risos)
- Aff. Bonitinho é uma feia arrumada. Fala que é porque sou linda. (risos)
- Você é linda. E tem uma bela comissão de frente também. (risos)
- Você me acha inteligente??
- Sim, por isso te liguei.
- Humm.
- Mas me fala, estou eu no teu colo e rola um beijo. Ficaria só no beijo ou iríamos adiante?
- Pode ser.
- Humm.
- Quando você pode me ver???
- Não sei, talvez hoje.
- Então vem.
- Não tem problema?
- Não. Já falei para você vir.
- Ah não sei e a nossa amizade??
- Você quer ou não o colo??
- Quero. Mas sei lá eu sou apaixonado por outra garota e não acho legal fazer isso com você. Sabe seria só diversão e nada mais.
- Como você tem certeza que seria só diversão??
- Não sei. Mas eu e a menina somos muito apaixonadas, só que ela está distante agora.
- O que lhe garante que depois você não iria me desejar mais??
- Eu gosto de você só como amiga, quero que entenda o meu ponto de vista.
- Humm.
- Esquece, eu não deveria ter dito isso.
- O que você não deveria ter dito?
- Tudo!
- Como assim tudo???
- Deixa pra lá.

Tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!

sábado, 4 de abril de 2009

Carta para Annie

A vida converge para caminhos nunca antes imaginados e acaba nos forçando a algumas paradas totalmente inequívocas. Não consigo reunir motivos lógicos para fazer isso tudo. Simplesmente não resisto a esse impulso de me atirar nesse abismo sem corda ou rede para amortecer a possível queda. No entanto dizer que não tenho prazer de fazer essa precipitação seria negar veementemente o gozo de estar assim livre e pronto para aceitar o que vou encontrar, se encontrar algo.

Não tenho por hábito buscar motivos ou razões do porque as coisas acontecem, também não consigo acreditar no destino. Essa seqüência alucinada de fatos onde apenas uma fração de segundos pode mudar completamente tudo o que virá não me permite admitir que o nosso futuro já esta, completamente, predestinado e por mais que a gente lute não escapará dele.

Lembro muito bem da noite em que pela primeira vez meus olhos cruzaram com os teus. Foram muitos minutos no clássico jogo da dissimulação, te observando timidamente e desviando o olhar constrangido toda vez que esse encontro estava por acontecer. Finalmente não consegui mais fugir desse brilho vívido e hipnótico e entreguei por completo o meu fascínio e meu interesse.

Depois já é de comum conhecimento os fatos que transcorreram, fui forçado a vencer a barreira da comunicação, que parecia intransponível. Usei de um método ultrapassado, mas que serviu para abrir um pequeno espaço e acabou com a tortuosa lacuna existente. Nunca fui um perito na arte de me comunicar e muito menos de conquistar. Estava completamente perdido e ansioso, e você não contribuía para que me sentisse mais a vontade, muito doce e extremamente encantadora só aumentava o meu temor de cometer algum deslize que acabaria colocando tudo o que, força da expressão, já havia conquistado.

Não sabia que estava entrando num turbilhão de sentimentos e que abruptamente voltariam à tona pelo advento moderno que todos chamam de "telefone celular". Permaneci ali fazendo de conta que nada acontecia, mesmo percebendo que tudo aquilo estava lhe perturbando. O que eu queria era que tudo acabasse logo e você percebesse que eu ainda estava ali para lhe dar tudo o que desejasse.

E o que não deveria ter acontecido - avaliando pela ótica da racionalidade e o que ocorreu posteriormente - aconteceu. Tive o prazer de provar o sabor dos teus lábios, teu hálito cálido, a doçura do teu toque e a intensidade do meu desejo. Ignorava que de algo tão fortuito pudesse acarretar tantos efeitos colaterais. O que transcorreu posteriormente: o coração acelerado toda vez que toca o telefone ou chega um novo e-mail não foram planejados e alteram a rotina tranqüila que a muito custo tinha obtido.

Afirmei que logo esse desejo e essa ansiedade iriam abreviar e finalmente sumir. Não tinha motivo lógico para nutri-lo, mesmo porque, não tivemos um desfecho que permitisse aspirações futuras. O máximo que consegui fazer para alimentar a esperança de um reencontro foi lhe informar alguns meios de você me contatar. Atitude equivocada, pois se revelou infrutífera e me deixou de mãos atadas.

Acredito que por mais que se escreva ou se cante não haverá algo que contemple a complexidade do gostar. Não entendo os mecanismos que iniciaram ou vão encerrar tudo que sinto agora, e isso me perturba profundamente. Tinha assumido um compromisso comigo de não permitir que esses sentimentos pudessem afetar meus anseios e planos, não quero julgar os méritos do que ocorre e sei que por vezes perdemos o controle e felizmente ou infelizmente somos carregados pelas tempestuosas emoções. Após vários dias lutando para amenizar a força dessa tempestade acreditei que ela tinha cedido e aos poucos tudo estava voltando ao que chamo de normalidade. Mas quando acabam as distrações da correria do dia-a-dia, ela volta e traz mesmas sensações e desejos.

Poderia esperar o tempo fazer o seu trabalho, deixar que você se tornasse somente uma doce lembrança de uma noite inverno. Mas tenho a nítida impressão que futuramente acabaria reavaliado a situação e me questionaria do porque desisti sem ter lutado um pouco mais, afinal não é todos os dias que uma linda garota com os atributos e os pequenos detalhes que admiro cruza ao acaso meu caminho. Quero ter a oportunidade de estar novamente com você, descobrir os teus segredos e o que te faz feliz.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Para alguém distante...

É injusta essa imposição do tempo
Não é certo toda essa distância
Nem tão pouco lúcido esse desejo
E totalmente insalubre essa ausência
Eu ainda carrego no meu corpo suas marcas impressas
Na minha boca teu hálito tépido
Quero passar horas e horas brincando no teu cabelo
Embriagar-me no teu perfume
Quero me perder nas tuas curvas
Anseio pelo calor do teu corpo,
o teu beijo
E teu sexo
Vou te matar de rir
Tirar-te o fôlego
Vou perder a voz te contando como assassinei
cada minuto da tua ausência
E finalmente te sussurrar,
quase inaudível
Te amo